Dando continuidade às nossas postagens sobre a análise de sementes de urucum vamos tentar esclarecer um pouco o que esses métodos analíticos buscam avaliar e como isso é feito. Não tenho como evitar o uso de alguns termos técnicos, mas tentarei sempre que possível substituir ou esclarecer esses termos.
Talvez uma das principais confusões nessa área seja referente ao pigmento que está sendo avaliado. Como já apresentamos na postagem anterior o principal pigmento das sementes de urucum é denominado “Bixina” (pronuncia-se bicsina). A Bixina é um pigmento com características especiais. Ela não é solúvel em água, mas é solúvel em alguns solventes como a acetona e o clorofórmio. Sua estrutura química permite também que ele reaja com soluções alcalinas dando origem a outro pigmento denominado como norbixina (na verdade se trata do sal da norbixina). Essa reação é muito utilizada para a extração e para a análise dos pigmentos do urucum.
Complicou? Pois são esses detalhes que confundem até quem trabalha nessa área. Mas vamos aos poucos tentando esclarecer tudo isso.
A grande maioria dos laboratórios utiliza na análise de pigmentos de sementes de urucum a extração com reagente alcalino, portanto tem como resultado primário o sal da norbixina, e utiliza um fator para converter o resultado obtido em bixina. Esse é o procedimento utilizado no laboratório em que realizo minhas pesquisas.
A metodologia utilizada para a análise de bixina em sementes de urucum é relativamente simples. Uma pequena amostra de sementes que pode variar de 10 a 25 gramas, dependendo do laboratório, é misturada com uma solução alcalina a quente. Em seguida o extrato é separado das sementes, diluído e a concentração dos pigmentos é medida em um aparelho denominado espectrofotômetro. Depois disso, com poucos cálculos obtemos a concentração de bixina nas sementes analisadas.
Na próxima postagem vamos mostrar como interpretar os resultados da análise.
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